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  • Fernando Casavechia

7 desperdícios do Lean na Construção: Movimentação

Atualizado: 2 de out. de 2020

Continuando com nossa série de posts sobre desperdícios do Lean na construção civil, iremos abordar neste texto a Movimentação de pessoas dentro das obras.



Durante qualquer processo de fabricação, as pessoas envolvidas normalmente precisam se movimentar, seja para buscar uma ferramenta, pegar algum componente, ou qualquer outra movimentação necessária para realizar a atividade proposta.

Na construção civil não é diferente, um servente, por exemplo, anda muito em uma obra para entregar aos pedreiros na frente de produção o material necessário para a obra evoluir.


Essa movimentação, quando não pensada pode gerar um desperdício de tempo e desgaste dos operários. Se pensarmos em uma obra grande, quantos km por dia um pedreiro ou servente anda, muitas vezes apenas para buscar coisas, não necessariamente para produzir. Ou seja, eles estão gastando tempo e energia em uma atividade que não gera valor para o cliente final. Lembrando que um dos maiores princípios do Lean é reduzir atividades que não agregam valor para o cliente.


Numa fábrica esse problema é abordado criando fluxos mais contínuos ou células de manufatura. Assim o produto segue uma sequência lógica de etapas e percorre a cadeia de agregação de valor sem que o funcionário necessite se movimentar para realizar a atividade, ou com uma movimentação mínima. Para mapear essa movimentação, a indústria utiliza de uma ferramenta chamada diagrama espaguete, que mostra toda a movimentação dos funcionários para realizar uma atividade.





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Na construção civil, temos a situação que não conseguimos mover o produto na cadeia de agregação de valor, afinal a obra é estática. Logo, as pessoas envolvidas no processo necessariamente precisam se movimentar. Porém essa movimentação pode ser mapeada e feitas de maneira mais eficaz.


Otimizar o fluxo de construção pode ajudar nesse problema. Em muitas obras observamos o cenário de várias frentes de trabalho iniciadas para a mesma atividade. Vamos imaginar um cenário. Pense em uma obra que conta com 5 apartamentos por andar e que está no estágio de assentamento de tijolos. É muito comum ver em um empreendimento assim, vários pedreiros espalhados e cada um trabalhando em uma frente diferente. Agora vamos pensar na movimentação que um servente tem que fazer para levar material ou ferramenta para cada uma das frentes de obra, seria muito mais otimizado se todos estivessem trabalhando em uma parte apenas da obra, pois o fluxo de pessoas e movimentação seria reduzido. Sem falar que isso liberaria antes a construção de um apartamento e outra equipe poderá iniciar a atividade seguinte.

Algumas metodologias e práticas podem ser utilizadas para reduzir esse problema:

Produtos pré-fabricados: a utilização de produtos pré fabricados na obra ajudar muito na logística interna. Podemos espalhar os produtos de acordo com o planejamento de produção, reduzir o tamanho do estoque e melhorar o fluxo de pessoas dentro do canteiro.


Estoques intermediários de insumos: Como na indústria que temos os supermercados, que são, de forma simplificada, pequenos estoques próximos às linhas de produção, podemos criar pequenas células de insumos mais próximas das frente de construção, reduzindo a necessidade de pedreiros e serventes andarem para buscar componentes que já sabemos que eles vão precisar a todo momento.


Linha de Balanço: Organizando o planejamento da obras com Linhas de Balanço é possível criar um fluxo mais contínuo e otimizado de atividades. Assim fica mais fácil de organizar as equipes na frente de trabalho e reduzir o risco de termos movimentações desnecessárias.

Projeto de canteiro: Algo muito menosprezado por construtores é o projeto de canteiro. Um projeto bem feito vai avaliar as possíveis movimentação que serão necessárias na obra e prever onde devemos posicionar os recursos para evitar os desperdícios. Como onde montar os banheiros, refeitório, estoque, local de descarregamento de material…


Como nos outros desperdícios, a movimentação de pessoas pode passar despercebido por engenheiros e projetistas, mas como tudo na vida, só vamos perceber o problema quando metrificado e analisado. Então, tentar coletar os dados e verificar quanto um operário anda na obra pode abrir a mente para repensar toda a forma de organização da obra.


Espero que tenham gostado deste post e que consigam implementar algumas das ideias expostas aqui. Para qualquer dúvida fico à disposição!

Autor:

Fernando Casavechia Teixeira

Especialista em Lean Manufacturing pela PUCPR

Diretor Comercial na Ubeton


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